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A Origem da Bandeira de Israel - Como Tudo Começou

A Origem da Bandeira de Israel: Como Tudo Começou

A bandeira de Israel é um dos símbolos mais marcantes do Estado judeu, carregando consigo uma rica história, forte simbolismo e conexões profundas com a identidade judaica. Mas como surgiu essa bandeira? Quem a criou e quais foram os eventos que levaram à sua oficialização? Neste artigo, exploramos a fascinante origem da bandeira de Israel.

O Contexto Histórico

Antes da criação do Estado de Israel em 1948, os judeus já utilizavam símbolos para representar sua identidade nacional e religiosa. A Estrela de Davi (Magen David) era um dos principais emblemas do povo judeu, sendo usada em sinagogas, livros religiosos e bandeiras comunitárias desde a Idade Média, apesar da menorá (candelabro de sete braços) ser o símbolo mais antigo da religião judaica, lavrado em pedra.

1354 praga primeira bandeira judaica
Sabemos exatamente quando a estrela de David (escudo de David) começou a ser utilizada. Foi na bandeira da comunidade judaica de Praga em 1354, por autorização do rei e era vermelha escura com traços amarelo escuros, a marca no rabino chefe no centro (o chapéu) e o dístico Shema Israel. Acredita-se que esta cópia no museu de judaico de Praga seja fiel a do século 14. Está mais para um estandarte que para uma bandeira convencional.

No final do século XIX, com o crescimento do movimento sionista liderado por Theodor Herzl, surgiu a necessidade de um símbolo nacional que representasse a aspiração judaica de ter uma pátria própria. O movimento sionista buscava a criação de um estado judeu na terra ancestral de Israel, então parte do Império Otomano.

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Rascunhos originais de Theodor Herzl para a Bandeira Sionista. Acima o símbolo que Herzl, o pai do sionismo político, preconizava. A estrela de David com um Leão de Judá no centro e sete estrelas. Seis delas nos triângulos da estrela de David simbolizando os dias de trabalho semanal e uma estrela acima, destacada, simbolizando o shabat (o dia de descanso semanal definido pela Torá. O primeiro esboço de bandeira era simplesmente fundo branco e o restante, em amarelo. São imagens retiradas dos Diários de Herzl, que foram publicados após a Primeira Guerra Mundial.

O País dos Judeus também era teoria econômica

Neste ponto é necessária uma explicação que poucos conhecem, mas que está no livro Judenstat (País dos Judeus, e não Estado Judeu, pois juden é judeus, no plural, em alemão.

O sionismo político foi criado na última década do século 19, auge do início da Revolução Industrial na Europa. Não existiam leis trabalhistas nem qualquer regulamentação do trabalho.

Herzl desenvolveu um plano completo para o País dos Judeus que envolvia uma interessante teoria econômica de regulamentação do trabalho, que poderia ser implementada, mesmo nos dias de hoje.

Por isso, as sete estrelas eram tão importantes para ele. Representavam a união entre o Povo Judeu, e o novo mundo do trabalho industrial: a grande estrela e as outras sete.

A teoria era simples. Herzl sabia que construir um país do zero iria exigir muito trabalho.

Criou a semana de seis dias com DOIS EMPREGOS por posto de trabalho. Com isso, afirmava que seria realizado por dia, o dobro do trabalho que em outros países, portanto, seria possível crescer um século em 50 anos apenas.

Cada posto de trabalho seria ocupado por dois trabalhadores. T1 começa a primeira parte da jornada às 8 da manhã e termina ao meio dia. T2 assume ao meio dia e termina 4 da tarde, quando T1 retorna e vai até as 8 da noite, indo para casa e T2 assume seu segundo turno até a meia-noite. Portanto, aquele posto de trabalho produziu de 8 da manha à meia noite, 16 horas, ao invés das 8 como DEPOIS seria convencional.

Cada posto de trabalho geraria DOIS empregos e não apenas um.

Os intervalos de 4 horas entre os dois turnos de cada trabalhador seriam ainda mais relevantes, segundo Herzl. Tempo para estudar, se alimentar, fazer compras, ou não fazer nada. Em princípio uma ideia genial.

Mas para os anos 1890, quando as cidades eram muito menores em área e os deslocamentos não eram longos e demorados. A noção de subúrbio, área de moradia afastada dos locais de trabalho e estudo ainda viria a ser criada. O fato, é que a teoria de relação trabalhista de Herzl foi descartada por todos.

Segunda bandeira sionista cartões postais
Restaram pouquíssimos documentos que nos mostram a segunda Bandeira Sionista de 1910, utilizada no Décimo Congresso Sionista, de 1911, com as quatro listras, mais parecida com um talit (xale masculino de oração judaica - em sinagogas e comunidades liberais mulheres também o utilizam). O Leão de Judá, tinha sido substituído pela palavra Sion, no centro da estrela. Hoje, com uma proliferação contemporânea, principalmente entre a ortodoxia judaica de talitim com listras pretas, muitas pessoas não entendem porque existe relação entre as listras azuis da bandeira e o talit. São cartões-postais do Ano Novo Judaico (Rosh Hashaná). No texto, a mensagem deseja os 120 anos de um Israel que ainda estava longe de existir. Publicados em Nova Iorque em 1910.

A primeira versão da bandeira de Israel foi apresentada em 1891 por David Wolffsohn, um líder sionista e colaborador próximo de Theodor Herzl. Durante o Primeiro Congresso Sionista, realizado em 1897 em Basileia, na Suíça, surgiu a necessidade de um estandarte que representasse o povo judeu. Wolffsohn, ao refletir sobre isso, decidiu criar uma bandeira que fosse uma adaptação do Talit, incorporando a Estrela de Davi ao centro.

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Contra fotos não resistem as narrativas. Esta é uma foto oficial do TERCEIRO Congresso Sionista na Basileia em 1899. Não há qualquer dúvida sobre qual bandeira David Wollfensohn desenhou e produziu. Branca, listras finas, estrela em traço duplo com as 7 estrelas menores e o Leão de Judá no centro. Porque as narrativas oficiais definem outra coisa, não sabemos.

A decisão de adotar a bandeira sionista como bandeira do Estado de Israel reflete o seu poder como símbolo do espírito do movimento sionista. Para examinar as razões que levaram a esta decisão, procuremos o simbolismo e consideremos os motivos que levaram os membros do Conselho de Estado Provisório a considerar primeiro a sua substituição e depois a decidir não o fazer.

A tradição sionista atribui o desenho da bandeira sionista a David Wolffsohn. A lenda conta mesmo a data exata em que Wolffsohn teve a sua ideia: durante uma reunião em Basileia, Herzl levantou a questão da bandeira sionista. Quando a sua proposta de uma bandeira branca com sete estrelas douradas não conseguiu reunir consenso, Wolffsohn levantou-se e disse: “Porque é que temos de procurar? Aqui está a nossa bandeira nacional”. Depois de ter mostrado o seu xaile de oração, Wolffsohn mostrou a todos a bandeira nacional: um campo branco com riscas azuis ao longo da margem.

Por ordem do nosso líder Herzl, vim a Basileia para preparar o Congresso Sionista. Entre muitos outros problemas que me ocuparam nessa altura, havia um que continha algo da essência do problema judaico. Que bandeira penduraríamos no salão do Congresso? Foi então que me ocorreu uma ideia. Nós temos uma bandeira – e é azul e branca. O talit (xale de oração) com que nos envolvemos quando rezamos: é o nosso símbolo. Tiremos este talit do seu saco e desenrolemo-lo perante os olhos de Israel e de todas as nações. Por isso, encomendei uma bandeira azul e branca com o escudo.” (Escudo de David), como deixou por escritro David Wolffsohn, homem de negócio lituano que acompanhou Herzl desde os primeiros momentos, foi o Segundo Presidente do Primeiro Congresso Sionista, vice presidente da Organização Sionista em 1905 e presidente em 1907.

Esse conceito bandeira, com variações, foi amplamente aceita pelos sionistas e rapidamente se tornou um símbolo do movimento pela criação do Estado judeu.

 

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Esta foto oficial de 1911 do Décimo Congresso Sionista, também não deixa dúvidas sobre qual era a Bandeira Sionista daquele momento com 4 faixas, duas estreitas e duas largas (bem semelhante ao talit) e a estrela de David no centro sem mais qualquer elemento, já muito próxima do que viria a ser a bandeira de Israel. Entre 1910 e 1911 a palavra Sion, em hebraico foi removida do centro da estrela.

O Caminho até a Oficialização

Embora a bandeira já fosse reconhecida como um símbolo do sionismo, ela só se tornou oficialmente a bandeira do Estado de Israel após a independência do país, em 14 de maio de 1948. Naquela data histórica, David Ben-Gurion declarou a independência de Israel e o governo provisório adotou a bandeira azul e branca com a Estrela de Davi como o símbolo oficial da nova nação.

Poucos meses depois, em 28 de outubro de 1948, o Conselho de Estado Provisório declarou oficialmente a bandeira como o símbolo nacional de Israel. O design permaneceu inalterado desde então, consolidando-se como um dos mais reconhecidos em todo o mundo.

O Significado Profundo da Bandeira

A bandeira de Israel não é apenas um símbolo político, mas também uma representação das tradições e aspirações do povo judeu. Cada elemento tem um significado especial:

As cores azul e branca – Representam o Talit, conectando a bandeira à espiritualidade e à identidade judaica.

As duas faixas azuis – Muitos interpretam essas faixas como uma referência ao rio Jordão e ao desejo de um lar nacional para os judeus. Já os antissemitas imaginam que as faixas azuis representem os rios Nilo e Eufrates, o que é uma imbecilidade só.

A Estrela de Davi – (de fato Escudo de David) Símbolo milenar do judaísmo, representa a unidade do povo judeu e sua identidade histórica.

Conclusão

A bandeira de Israel tem uma origem enraizada na fé, na cultura e no desejo de autodeterminação do povo judeu. Desde sua criação no movimento sionista até sua oficialização em 1948, ela se tornou um dos símbolos nacionais mais poderosos do mundo. Cada vez que a bandeira de Israel é hasteada, ela carrega consigo a história de um povo que lutou por sua terra e sua identidade, tornando-se um emblema de orgulho e esperança.

Pesquisa de imagens por José Roitberg

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